Arranha-céu

Leiter II Building, Chicago (Le Baron Jenny)


O arranha-céu, um genuíno produto da América do Norte, é a expressão de uma nova civilização criada no Novo Mundo. Os imensos e elegantes edifícios aparentando equilibrar-se precariamente em bases muito estreitas, são antes de tudo uma celebração do homem moderno a favor do Progresso, o deus da modernidade, ao mesmo tempo em que marcam uma significativa ruptura com a tradição arquitetônica européia, perfilada em torno de prédios de seis andares em média.. O arranha-céu quer também exaltar a era da nascente tecnologia, um mundo até então desconhecido, próprio da época, que foi desconsiderado em tempos passados, mas que doravante, para os grandes teóricos da arquitetura moderna, passou a ser o centro da preocupação do homem contemporâneo.
Como disse Meis van der Rohe "a tecnologia é mais do que um método, é um mundo em si mesmo." O ferro, o aço, o vidro e a terracota foram os materiais básicos com que os engenheiros contaram para erguer prédios de alturas e dimensões desconhecidas em qualquer outro tempo da história da humanidade (Nova Iorque hoje possui 2.692 edifícios, os maiores deles oscilam entre 226 a 417 metros de altura).



J.Hancock Center, Chicago
O arranha-céu, símbolo arquitetônico mais chamativo e escandaloso do século XX, nasceu como expressão do movimento modernista, marcado por sua total ojeriza ao ornamento, enfatizando que a arquitetura, antes de tudo, devia servir à função. Para Mies van der Rohe, um dos seus expoentes europeus, "a forma é a função". O seu estilo que nos anos de 1920 foi denominado de International Style - não se apegava a nada do que fora feito no passado, visto que a arquitetura clássica greco-romana era horizontalista e sustentada por colunas com capitéis decorados. A arquitetura das catedrais, por sua vez, particularmente durante o período barroco, exibia um excesso de decoração. O arranha-céu, materialização do individualismo, do pragmatismo e do empirismo do homem contemporâneo, procurou eliminar ou reduzir ao mínimo o acessório, recorrendo a formas e materiais muito próprios para pôr em pé um prédio que espelhasse a sua singularidade (exclusivismo). A extraordinária massa de vigas de ferro, vidros e demais elementos, postos eretos em direção aos céus, espelha a arrogância do sucesso de algum homem notável, muito bem sucedido nos negócios, ou da sua empresa (Rockefeller Center, Palmolive building, etc.), ao mesmo tempo em que livremente expõe-se à admiração pública para que a sociedade reconheça quão espetacular foi aquela ascensão.



Comparação de aranha céus da época do modernismo com os atuais

Burj Dubai
Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, inaugura a torre Burj Dubai, considerada o novo prédio mais alto do mundo.
A estrutura tem mais de 800 metros de altura e 160 andares. Ela supera em 300 metros o recordista anterior, o Taipé 101, que ostentava esse título desde 2004. A inauguração ocorre pouco mais de um mês depois de o emirado ter pedido moratória do pagamento da dívida da estatal Dubai World e é vista como uma tentativa de reativar o otimismo local.
A construção do prédio começou durante o "boom" econômico da última década e envolveu cerca de 12 mil trabalhadores. A data da inauguração já havia sido adiada duas vezes desde o início da construção, em 2004.




Esse link é um blog que mostra os 10 maiores edifícios do mundo: http://planetin.blogspot.com/2008/05/os-10-maiores-edifcios-do-mundo-os.html



Postado por: João

1 comentários:

alexandre_matiello disse...

Como já sugeri em outro blog, problematizar os arranha-céus contepomporâneos em relação aos seus "ancestrais" do início do século XX, especialmente quanto à relação com o ORNAMENTO.

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